Geração Ubuntu: a morte do movimento Software Livre no Brasil

Esta é uma constatação dolorida, triste, daquelas que deixam marcas na alma, como toda morte: o movimento Software Livre morreu. Ao menos no Brasil. Não me entenda mal, estou me referindo ao movimento, não há mais movimento, não há mais ativismo organizado. Alguns \”quixotes\” continuam na sua ébria redoma de purismo atacando os moinhos de vento, nada mais.

Em meados da primeira década do século XXI, a FSF e uma série de visionários vislumbraram um futuro onde o Ubuntu se popularizava de tal forma que muitos usariam GNU/Linux sem nem mesmo saber o que era isso. Alertaram a todos sobre os riscos da quantidade e disseminação desqualificada, ou seja, muito Linux e pouco GNU, muito uso e pouco entendimento, muito código e pouca filosofia, muito compartilhamento e pouca liberdade: o triunfo do Open Source sobre o Free Software.

Uma década se passou e eles, para variar, estavam certos. O poder corruptor do mercado suavizou o discurso progressista, arrefeceu os corações dos mais apaixonados e tornou em inertes complacentes até os radicais livres!

O movimento Software Livre no Brasil não conseguiu criar uma nova geração de visionários filósofos do conhecimento livre. Tachados de \”xiitas\”, intransigentes, ditadores da liberdade, agressivos, impacientes, comunistas, socialistas e extremistas, foram convidados todos, sistematicamente, a se retirar da sala com seu inconveniente elefante branco chamado liberdade.

Periódicos, entrevistas, blogs especializados ou não se revezaram, sem tréguas, a deixar claro que Linux era uma excelente escolha de mercado, mas o GNU, a GPL, a FSF e quaisquer que insistissem em empurrar a linha além do campo técnico, estava sendo inconveniente, indesejado, chato.

Uma nova geração de fantásticos desenvolvedores surgiu, foi educada e encontrou seu lar nos moldes do Bazar, nas metodologias emaranhadas de desenvolvimento, usando Ubuntu, e as \”revolucionárias\” redes sociais. A nuvem fez o resto. A massificação do acesso às mídias de massa através de redes privadas como o Facebook conquistou os corações e mentes dos últimos bastiões da já velha filosofia libertária. Sem novos cavaleiros, a távola não precisa mais ser redonda. Na verdade, a távola, não precisa sequer existir.

O movimento foi transformado em uma comunidade. Somos um grupo de pessoas distintas, com ideias e objetivos distintos, dispostos a ser complacentes com os menos esclarecidos e especialmente com os mais esclarecidos. Hoje parece não haver mais nenhuma incompatibilidade em ser ferrenho defensor do Software Livre e usuário de tecnologias absolutamente proprietárias como iPhone, iPad ou até mesmo Windows. Viramos apenas \”os caras do Linux\”. Não somos mais ameaça nenhuma.

Enfurnados às centenas nas redes sociais privadas, compartilhando nossas ideias e conhecimentos no Facebook, Skype e Gmail, parece não haver mais nenhum constrangimento em ser defensor da privacidade e da democratização do conhecimento tecnológico. Somos contra todo tipo de opressão, até mesmo aquela que aponte nossa absoluta incoerência e complacência com aqueles governos e empresas que deveríamos combater.

As fileiras de hackers que iam mudar o mundo, mudaram seus endereços de e-mail para gmail.com, esvaziaram as listas de discussão livres e abarrotam curtidas no Facebook. Quanto orgulho! quanta alegria! Finalmente somos apenas mais um dos subgrupos de anormais digitais, assim como tantos outros. Nem mais, nem menos que os gamers, web designers ou dba\’s. Somos os \”linuxers\”.

Projetos de softwares continuarão a ser desenvolvidos de forma colaborativa, sem dúvida. Os grupos de usuários continuarão a se encontrar e os eventos continuarão a disseminar, mas será apenas a forma, sem conteúdo, sem alma, sem gana.

Deveríamos ter mais GNU e menos Linux, mais Zimbra e menos Gmail, mais Duckduckgo e menos Google, mais Diáspora e menos Facebook. Nós íamos mudar o Mundo, mas foi ele quem nos mudou. Sejam todos bem-vindos à Comunidade Software Livre! O movimento está parado no Face, usando Gmail, à bordo do novo Ubuntu e gritando: me deixem em paz!

Anahuac
08/02/2014

35 comentários em “Geração Ubuntu: a morte do movimento Software Livre no Brasil”

  1. Concordo com você, eu tento fazer a divulgação do GNU/Linux, como professor e cidadão não tivesse acesso ao movimento pois na minha região não havia sequercomunidade tive que ralar para aprender o que sei, lutar contra o modismo e sair da zona de segurança, mas estou na luta e sempre que possuvel mostro as vantagens de ser livre!

  2. Tal como outros diversos movimentos políticos brasileiros, tivemos uma renovação baseada no pragmatismo e não na filosofia.
    Isso nos abre algumas portas e nos fecha outras.
    Amém !

  3. Amigos,

    Por favor não me entendam mau… mas acho que vão me odiar..
    DIGO O SEGUINTE concordo com você afirmo: a culpa é toda nossa mesmo!

    Eu como profissional da área, que dou aula de linux… e instalo nas máquinas dos meus alunos…

    é profundamente “broxante” ser mau tratado em uma lista de discussão… e isso acontece direto!

    é profundamente “broxante” ser mau tratado em um site da comunidade.. e isso acontece direto!

    é profundamente “broxante” ser mau tratado em um forum.. e isso acontece direto!

    vocês já viram as “respostinhas” para os novatos? o pessoal que “manja” tem uma metralhadora pronta para estes “folgadinhos” que não estudam e ficam com perguntas bobinhas!

    é um tal de procura no google…
    ou já procurou no google?
    ou ainda .. achei na primeira busca do google que fiz

    ou a turma do infantil:
    você precisa estudar mais antes de fazer uma pergunta destas…

    nossa.. chega.. nem vou falar mais.
    é muito dolorido..

    garanto que o novato, é um novato.
    ele não sabe perguntar ou nem mesmo o que quer.

    ele precisa de um “norte”. Ajuda e incentivo…
    sim alguns são folgados. Assim como os mestres são grossos e mau educados.

    falei.

    1. Clap Clap Clap… 3 salvas de palmas, disse tudo e mais um pouco. É realmente isso, quando comecei, tive que ralar muuuiiittttoooo, para aprender pppooooooouuuuuucccccoooooooo, sorte minha poder ter $$$ para os 4 linux da vida, pois quando eu mais precisava de um norte maquela época, era rotulado de “prego”, “mula”, “chato”, “burro” e por ai vai….

      O Linux só não vingou mais por culpa dos Masters of Universe do GNU.

  4. Basta ver o deserto que se tornaram os fórums de linux… poucas matérias, poucos comentários, pouca conversa útil.

    E as respostas as perguntas também tem piorado muito. Eu mesmo quase não respondo mais nada, principalmente porque não consigo acompanhar as mudanças, e os novos usuários estão sempre na última versão do software, enquanto eu, que preciso defender o meu, estou na versão que eu ainda sei como funciona.

    O Samba4 é um bom exemplo disso. Não consigo ajudar ninguém com ele, e pra falar a verdade até agora ninguém conseguiu me ajudar com ele também. Ou seja, menos interação no mundo do software livre, e nesse caso, uma demora infinita para os padrões de informática para implantar em larga escala algo novo, e supostamente melhor.

  5. Elói Carneiro

    O meu primeiro contato com “linux” foi em 2004, o contato com o SL foi apenas em 2006 na faculdade, na época um grande mestre me mostrou as possibilidade, Professor Marcelo Minholi. Na época o movimento do SL estava pegando “fogo” em todos os lugares, na internet, nas empresas e nos eventos. E nos últimos anos venho constatando o enfraquecimento do SL, não que tenha morrido, mas não vejo mais o “fogo”.

    O que acho mais triste são pessoas que optam por software proprietário, usando muitas vezes do artificio da pirataria, antes mesmo de analisar os opções em SL, usando como desculpa que o software proprietário tem mais recursos. Quando questiono quais recursos estão sendo utilizados, os mesmos não sabem responder. Esse caso aconteceu com um conhecido meu que estava utilizando os produtos da vmware, onde o meus apresentou problemas. E o suporte? Não há, pois o mesmo era pirata!

    Não posso afirmar que trabalho com 100% em SL, mas tenho certeza que fiz a lição de casa, onde foi possível o mesmo esta sendo utilizado.

    No meu ponto de vista, a comunidade não é mais a mesma coisa aqui no Brasil, porque temos muitas pessoas que querem ser superstars só porque levantam a bandeira do SL. As que eu vejo que estão indo pra frente, são as que estão usando o SL como diferencial em seus trabalhos. Usar o ubuntu? Até minha mãe usa! Agora qual o diferencial o SL esta trazendo para o seu trabalho/atividade? Me desculpe, mas usar SL porque alguém disse que é melhor, não basta. Eu uso SL pelo diferencial que ele me oferece, que não são poucos, o que está faltando em nossa comunidade são pessoas que mostrem esses diferenciais para os iniciantes e que os mesmos usem e abusem do SL em seu trabalho/atividade.

    Quero agradecer a todas as pessoas da comunidade do SL que me mostraram o caminho das pedras, sou muito grato a todos. Quero ser capaz retribuir tudo isso a quem precise como também aos novos membros da comunidade do SL. Pode ser que hoje não tenhamos uma fogueira, mas a chama não se apagou 😉

  6. Só uma coisa (leve como uma crítica construtiva): desde quando DuckDuckGo é SL?

    Vejo direto as pessoas do mundo do SL recomendando o uso dele baseado na ‘privacidade’ e blablablá, mas o que temos de garantia sobre isso é apenas a palavra do autor, já que ele não liberou o código do motor de busca…

    O DDG é praticamente um Ubuntu dos motores de busca…

    Voltando ao tópico:
    A questão toda é que as pessoas não querem a liberdade e privacidade… Querem o que for mais cool e o que for modinha…

  7. “Stallman já alertava que o afastamento das premissas éticas do movimento nos traria a adesão fraca de usuários que não se importam, não entendem e não aderem a nada.” [0]

    @anahuac,
    pergunto-me se o triunfo do open source sobre o software livre é, de fato, algo inerente a esse ecossistema, quero dizer, o grande diferencial entre os dois deve-se ao fato do open source não se preocupar com ética, a maioria dos seres humanos não se preocupada com ética, e o “poder” do software livre de fazê-los se preocupar é bem pequeno.

    Os eventos de software livre ainda se preocupam muito em falar apenas de software, reduzindo os ideais de Stallman. Desta maneira somos, e continuaremos a ser, um nicho em franca dissolução. É preciso mostrar as pessoas a verdadeira liberdade, as mazelas do sistema socioeconômico, mostrar que nós podemos mudar isso tudo. Nesse ponto, o software livre virá naturalmente, como uma alternativa superior.

    Eu realmente torço para que o ubuntu seja bem sucedido na briga para conseguir usuários, mas veja bem, eu não espero que estes usuários sejam GNU, não espero que estejam fazendo uma escolha ética, espero apenas que eles façam o que as massas sempre fazem, no sentido de se resolver problemas: pressão.

    [0] https://lists.debian.org/debian-user-portuguese/2013/10/msg00148.html

  8. Gostaria de expressar meus sinceros parabéns ao autor do artigo. Em meio a tantos tecnoblogues e meiobites encrustados nesse lixo chamado de blogosfera tecnológica nacional, finalmente alguém que conseguiu enxergar aquilo que está a frente de todo mundo.

    O pior de toda essa “ubuntização” do software livre é que as pessoas começam usando essa distro – que, na verdade, nada mais é do que uma plataforma de negócios -, tornam-se dependentes de suas dispensáveis “facilidades” e atacam aqueles que, assim como você, mostram a verdade ou tentam falar de outra distribuição.

    Nove entre dez sites “especializados” em Linux que não sejam específicos de uma distro assumem que o usuário está ou estará usando Ubuntu ou algum de seus derivados para resolver algum problema ou seguir algum tutorial. Lamentável!

  9. Nossa, fiquei extremamente emocionada ao ler este artigo. Há tempos tenho percebido o que o movimento software livre tem se tornado no Brasil, a começar pelo FISL. Me parece que a visão hoje é a do software livre como modelo de mercado. E vale tudo! Quem se opõe é extremista, antiquado, enfim… tu sentes que não és bem vindo no meio de tantos “linuxers” de facebook e instagram e até se pergunta: há algo errado comigo? Teu texto me fez perceber que não há algo errado, na verdade o movimento não existe mais. Não sei o que virou e nem o que virá pela frente…

  10. Parabéns pelo texto. Infelizmente tenho que concordar com você em certos pontos. Entretanto, não se esqueça que se render apenas afirma a vitória dos outros. Eu sou um esperançoso que ainda acredita que mesmo poucos podem virar esse jogo, ainda me atiro contra o inimigo, e afirmo com todas as forças que não são moinhos, mas sim gigantes. Para outros como eu, ainda existem distribuições que valem a pena, como o Arch Linux.

    Até mais…

    1. Como assim? Arch? Desculpe a FSF não recomenda isso.

      https://www.gnu.org/distros/common-distros.html

      Antes de apoiar qualquer comentário deveria saber realmente como é que funciona a FSF.

      Obrigado por querer promover a exclusão digital Anaucac fique com sua elite ai e vão fundar sua igreja. Vocês eram e continuam irrelevantes e convivem harmoniosamente a anos com Windows e MAC (nem sei se cito BSD) e o que mudou? Pois a situação é por conta da total incompetência de se promover e não venha culpar o sucesso do Ubuntu que nada tem haver com isso, acharam que iriam pegar carona na janelinha?

  11. Cara, meus parabéns pelo texto, acabo de ver alguém que compartilha de algo que eu já venho observando há algum tempo.

    Fui apresentado ao Movimento de Software Livre em 2007 em um FLISOL organizado pela Associação de Software Livre do Amazonas, eram os grupos PHP-AM, Ubuntu-AM, Debian-AM, JUG-AM, FUG-AM, hoje, nenhum deles se sustenta, nem sequer existem mais, com muito pesar, infelizmente.

    Mas ainda há tempo para mudança, vamos à frente! Seu texto triste serve para mim como motivação de tentar fazer algo melhor.

    1. Olá Luís, isso que você falou de certa forma, é verdade, mas me deixe apenas lhe esclarecer um ponto importante (ao menos pra mim). É provavel que você nem me conheça, mas eu fui um dos membros fundadores do Debian-AM (em 2002) e do Ubuntu-AM osteriormente, e o que posso dizer é que ao longo de vários anos
      promovendo o software livre, ajudando e organizando eventos em Manaus-AM o que nós notávamos é que não havia engajamento, todos os anos eram centenas de pessoas nos Debian Day, FLISOLs, Software Freedom Day, ESLAM etc, mas o saldo em se tratando de sangue novo para engajar e ajudar a girar o movimento tendia a
      zero, ou seja, pouquíssimas pessoas nos procuravam para “se engajar” e ser um espectador do movimento, mas era fogo de palha, infelizmente se apagava logo, e com isso estávamos nós,
      os mesmos carinhas de sempre “se batendo” pra organizar o próximo. E com isso meu amigo, as obrigações pessoais de
      cada um foram tomando todo tempo, afinal chega um ponto em que o cansaço e o desânimo bate, não surgem nossas pessoas, e aquelas que sempre deram a cara a tapa uma hora chega no seu limite.

      A prova cabal do nosso “fracasso” enquanto comunidade aqui
      no Amazonas foi o cancelamento do ESLAM em 2012 por falta de GENTE pra trabalhar e apoiar. O Anahuac (que tive o prazer de conhecer pessoalmente aqui em Manaus e em São Paulo pela 4Linux)
      já participou do ESLAM e sabe que ele era um evento grande, e que pra eventos desse porte muitas pessoas precisam se comprometer, o que de fato não aconteceu, e com toda a tristeza mas com sensatez optamos por cancelar o evento. Pra mim, o texto do Anahuac
      nesse momento comprova o que eu já observava desde 2010, que é a falência do Movimento Softare Livre no Brasil. Podemos até dizer que ele não morreu, sempre terá um louco tentando levantar a bola, mas até quando? Eu sinto falta do clima daquela época, mas
      depois de mais de 10 anos eu cansei. Continuo firme e forte na minha filosofia de advogar o Software Livre (em detrimento do Open Source) mas está cada vez mais difícil.

      1. Luís Fernando Guedes

        Verdade Marcelo, e acho que o conheci de vista. Eu entendo perfeitamente! O movimento organizado de qualquer tipo (social, político, software livre) precisa estar sempre se renovando, assim como nosso sangue.

        Os afazeres e demais obrigações pessoais e profissionais de cada membro que participava, teve que ser posto em prioridade.

        O que eu estava discutindo era acerca do texto, a “filosofia do ubuntu” jogou o movimento do software livre na inércia, aliás, o movimento não, mas sim, seus usuários.

        1. Ademar Leão

          A “filosofia do ubuntu” é ser simiar a um outro software que de acordo com stallman imita a liberdade #2 através da pirataria, ou seja, é um “software grátis”.

          Por outro lado, vejo muitos grupos de Debian fazendo vários eventos, os quais geralmente participo na condição de palestrante.

          Mesmo assim, ao entrar na lista oficial do debian, vejo pessoas colocarem coisas assim:

          Subject: Grupo Debian Brasil no facebook

          Sei que alguns são do tipo ativistas sapatênis, e que não são fãs de redes
          devassas, mas pra quem não tem esses perhaps, o grupo de debian tá bem
          legal por lá. Mais ativo que aqui.

          https://….facebook…./…

          Parece que as pessoas passam tanto tempo nestes sistemas proprietários que deixam de pensar, deixam de produzir, deixam de codificar pra ficarem o dia inteiro clicando, como diria fátima, os “apertadores de botão”. E para isto, qual a diferença entre usar o rWindows para abrir o internet explorer pra entrar no facebook ou usar o Ubuntu pra abrir o firefox e entrar no facebook? Igual praticamente nenhum componente do sistema vai ser efetivamente usado.

  12. Esse comentário não tem nada a agregar, poderia ser útil, se houvesse argumentos que mostrasse o seu pensamento; no entanto, esse pensamento, apenas é semelhante aquelas pessoas, que não possuem opinião própria; segue uma massa modista, ficando como massa de manobra. “software livre é uma merda, apoiada por nerds fracassados e bitolados.” Essa frase, está mais para um extremista com ódio e preconceito, que ao ver um usuário, não pensaria duas vezes em atacá-los até a fúria cessasse.
    Seu comentário se tornaria mais produtivo, e útil, se houvesse, os motivo por trás da palavra “merda”; o que eu posso “arriscar”, e também errar feio, o motivo, seria a não ter: o MSN, Skype, os “games do momento” que são lançados para o Windows.. enfim, esses, ah.. esqueci. o MS.Office, Photoshop, Navegador Explorer.. esqueci algo mais? Desculpe, são vários títulos, ao menos foi citado alguns e os mais instalados, nos PCs.
    Alguns títulos, podem substituir tais programas sem qualquer problema, devido a maturidade que já adquiriu. E são ignorados, somente pelo fato, de não precisarem serem pagos, aí eu me vem a cabeça, espero que eu esteja errado.. ostentação. Muitas pessoas mantêm esses programas, mesmos que pirateados, cada caso é um caso, pode ser que sua pessoa não se encaixe na maioria dos casos, onde adquire aquele software “pago” pagando bem pouco ou apenas baixa da net poucos não fazem isso.. mas a maioria de nós precisa fazê-lo quando necessário. Muitas pessoas, não conhecem ou simplesmente ignora algumas informações por simples comodismo humano, onde não precisaria pegar aquele “ultra pica da galáxias, fodástico”,(peço desculpas, pelas palavras proferidas), software para trabalhar um projeto de texto, ou aquela imagem obtida pelo Smartphone com Android ou iOS ou até mesmo os poucos que usam Windows Phone. Mas, suas imagens retocadas, podem ser feitas de forma ótima pelo Gimp, e os textos pelo Libre office Writer, sem necessidade de pagar por eles. Todos os recursos do MS Office, em sua maioria não é aplicado pela maioria da população, somente os recursos mais comuns são utilizados e possuem no libre office, caso não tenha, estão sendo desenvolvidos.
    Falar que tais recursos, é uma merda, sem dizer os fatos que o comprovem, apenas demonstra o quanto a pessoa não sabe o que fala, e mesmo que tenha diploma universitário ou algo mais graduado, o que seria muito difícil de ocorrer, pois, esses possuem ou deveriam possuir uma boa mentalidade de mundo ao redor, o que me levaria a pensar, menor de idade, portanto está estudando e consequentemente fruto da progessão continuada o que seria compreensível, e se não for, por gentileza, esse comportamento demonstra que a pessoa é analfabeta funcional (sabe ler, mas tem muita preguiça de ler, sabe escrever (muito mal, devido a falta de leitura), e não consegue interpretar textos), reflita em suas atitudes, eu não falei de sua pessoa, e sim de seu comportamento.

  13. Eu comecei no movimento desde os primordios, em 1995. O que faltou foi fazer cultura, formar pessoas. Na medida em que as facilidades trazidas pelos avanços tecnológicos conquistavam novos usuários, o movimento GNU não fez o básico para que estas pessoas discutissem. Alguns até tentaram, como o Thadeu Cascardo que ia a eventos de SL com uma palestra chamada “sua liberdade está sumindo na rede”, onde alertava para os termos e condições dos produtos que apareciam na rede e você aderia outorgando ao dono do serviço tudo o que você publicasse.
    Hoje temos serviços como o Prezi, que geram apresentações bonitinhas exportadas em flash, e diversos órgãos públicos utilizam. Com isso conseguem pegar informações que são públicas e transformá-las em propriedade do Prezi…

    Tudo o que foi falado de negativo nos comentários acima faz parte do contexto, como a dificuldade de novos usuários em encontrar ajuda e a arrogância dos mais experientes nas listas de discussão. A realidade é que hoje as pessoas dizem: “Se não encontro ajuda pra deixar meu notebook redondo com Debian, porque me criticam por usar Ubuntu?”, “Ubuntu funciona tudo. Se funciona com Software proprietário não tô nem aí, o importante é que funciona!”.

    No mais, a nossa própria postura, como militantes históricos, contribuiu pra isso. Antes eramos um grupo de adolescentes sonhadores, depois arrumamos empregos e cortamos o cabelo. O próximo passo foi trocar nossos computadores reciclados com GNU/Linux por MacBooks reluzentes. “Ah, mas instalei GNU/Linux no MacBook…” -:P

  14. Quanto mimimi. Se tivesse alma GNU como você quer que todos tenham devia ter dito: Pessoal está tudo muito parado, vamos organizar um evento, ver o que há de novo ou como andam os projetos e se precisam de ajuda!!
    Só para lembrar movimento livre não é só linux.
    Faça um evento, crie ou ajude um projeto, etc… Isso ajuda mais.

  15. Concordo com a falta de educação do pessoal, mas quem quer resultados não espera, faz. Discordo totalmente com a idéia de que no movimento livre não pode existir a palavra propriedade. Tudo merece atenção e integração, graças ao movimento livre, e depois de muita luta e de perder terreno, as empresas começaram a dar valor.

  16. Ubuntu faz sucesso entre leigos que não são e nem querem ser técnicos, querem apenas uma ferramenta que não dê trabalho e sim ajude em suas tarefas diárias. O sucesso do Ubuntu fortalece o linux, afinal quanto mais usado mais técnicos são necessários. Ops, acho que isso não é mais movimento livre, é sempre bom lembrar de separar as coisas.

  17. Ronald Costa

    Bem, considero que o movimento continua vivo sim e ativo. Sou Professor universitário e continuo a luta de colocar a Filosofia do SL em discussão e no dia a dia de meus alunos. Considero que apenas uma forte ação na Educação pode mudar o quadro sobre a massificação do Software Livre. Longe do debate de GNU/LINUX X MICROSOFT estão questões bem maiores, como liberdade do conhecimento, liberdade tecnológica, transparência, auditabilidade e até a participação social no código, com o cidadão ajudando a construir as ferramentas tecnológicas que ampliam e potencializam a participação social.

    Muitos continuam pensando em ser excelentes usuários (consumidores de tecnologia) sem refletir que acabam por ficar alijados do direito de reconstruir, refazer e inovar colaborativamente. Serão sempre eternos usuários de tecnologia e consumidores.

    Tento no meu dia a dia de Educador colocar algumas pitadas de reflexão neste sentido. Cada um faz sua parte!

  18. Por quanto tempo a maioria das pessoas vai usar um desktop?
    Parece-me que, mesmo no meio acadêmico, daqui a pouco tudo será feito por tablets e smartphones.
    Então, precisamos nos preocupar em produzir e/ou desenvolver plataformas móveis realmente livres e extremamente úteis.
    O maior adversário hoje é o Ubuntu ou o Android?

  19. Aliado a isto temos a Suse/Novell e seus acordos de patentes com a Microsoft, RedHat socando goela abaixo o systemd e absorvendo ($$$) o CentOS, a Oracle encampando o MySQL (viva MariaDB!) e tantos outros exemlos que ficaria repetetivo. Que tal mudar o nome da Fedora para Stinka?

  20. Well, well, well, quanta energia!
    Fazia tempo que eu não via uma discursão tão intrigante.
    Tirando o mário que perdeu a calma, e consequentemente a razão, todos ponderaram muito bem.
    Na minha opinião o movimento OSS, SL, GNU, whatever tá mais pro ‘sonho dourado’ muitos querem os benefícios mas quase ninguém quer meter a mão na massa.
    Comecei no linux com o Slackware, mas chegou um ponto em que a multitude de pacotes e dependencias inviabilizaram o uso (na época eu não conhecia o swaret e afins). Daí, por PREGUIÇA mesmo, comecei a usar Ubuntu, gostei tanto que instalei no PC da minha mãe (tava cansado de todo final de semana ter que remover vírus).
    Anyway o tempo foi passando e me tornei apenas um usuário, fiquei com preguiça de aprender, descobrir e inventar coisas novas.
    Eu era muito feliz com o fluxbox, toda minha atenção era dedicada ao desenvolvimento de alguma tarefa, com o unit e suas frescuras passei a ficar mais distraído (o GNOME3 também não fica atrás).
    Atualmente uso Debian.
    Mas o ponto é:
    Se a realidade que temos não é a que queremos por que a aceitamos?

    Um dos vários exemplos disso é: muita gente usa google maps pela comodidade, “praticidade” e “precisão” (não falarei dos easter eggs aqui). Mas ninguém quer usar/contribuir com o Open Street Maps.
    Mudei de cidade a um tempo e não tinha quase nada do OSM por aqui (uns 10% talvez), em 2 meses eu e mais dois indivíduos chegamos a 70%. Bastou engajamento e disponibilidade de tempo.
    Então, quem puder que faça alguma coisa pra mudar a realidade.
    Programem, criem, traduzam, distribuam ou não reclamem.
    Muito ajuda quem não atrapalha. rs

    “Grab your keyboard and code your revolution!”
    – não lembro o autor, quem souber posta

    PS: Ri litros com o “Masters of Universe do GNU”

  21. Acredito que a falta de sangue novo no movimento também se dá pela cultura dos usuários em serem apenas… usuários!
    E nesse aspecto os softwares proprietários ganharam terreno ao longo dos últimos tempos, pois absorveram códigos de sistemas open source para corrigir suas falhas históricas (vide MS-Windows) e também baixaram seus preços, derrubando antigos argumentos de que se pagava caro por software (ou sistema operacional) proprietário cheio de bugs. Mês passado, na empresa onde trabalho (uma grande estatal que já foi patrocinadora do FISL) foram ofertadas mais de três mil cópias do MS Office 2014 Professional por – pasmem – vinte e seis reais! Essa reação da MS (e também o enfraquecimento ou morte do movimento SL) também pode ser consequência da queda da venda de PCs em todo o mundo, pelo surgimento dos tablets e smartphones. Na verdade, o que me preocupa não é a queda do uso de SL entre os usuários comuns. Me preocupa a volta do uso do MS Windows nas grandes empresas do Governo Federal, que até há pouco tempo noticiava os milhões de reais economizados com o uso de Software Livre e repentinamente mudou-se o rumo.
    Nem mesmo as revelações de Edward Snowden ajudaram a reavivar o movimento SL. Ao contrário, assistimos ampliarem-se as ofertas e promoções dos sistemas proprietários. Quem usa, só quer saber se funciona bem, não se interessa pela filosofia contida no software. Foi com essa ideia que Steve Jobs catapultou a Apple com o iPad/iPhone. Enquanto ficávamos filosofando sobre liberdade e conhecimento do código que usaríamos, a indústria corria na frente, buscando aquilo que os usuários realmente queriam: tudo pronto, funcional, bonitinho. É o mercado.
    É o poder do mercado que engoliu o movimento SL.

    1. Google Group?
      SJC HackerClube
      Você precisa fazer login e ser membro deste grupo para visualizar e participar das discussões.

      Clubinho de script kiddies, no máximo… kkkk

  22. Nunca ri tanto ao ler um texto como eu ri lendo esse. Por acaso o seu autor tem 12 (anos de idade cronológica, anos de idade mental ou de QI)?

    Ganhar dinheiro com software livre? Existir empresas que atuem na base do software livre? Isso é inadmissível. Isso é execrável. Canonical e Red Hat deveriam ter vergonha. Ninguém deveria ganhar dinheiro com software e programação. Ninguém!! Jamais!! Se for para ganhar dinheiro que seja como o mestre Richard Stallman faz, que cobra para dar autógrafo ou tirar foto. Uma forma muito mais digna de se ganhar dinheiro.

    E será que eu conto para a criança que escreveu esse texto que as empresas que ele tanto xinga muito no bloguinho dele, como Facebook, Google, Amazon, Apple e, olha só, até mesmo Microsoft, contribuem bastante com projetos de software livre, não só financeiramente como com código? Será que eu conto que o Google usa maciçamente Python? E a mesma coisa acontece com a Amazon? Será que eu conto qual a origem da linguagem livre Go (Google)? Será que eu conto qual a origem de grandes projetos de software livre como Cassandra, Thrift, Hiphop for PHP (Facebook)? Será que eu conto tudo isso para a criança?

    Não. Melhor eu não contar nada disso. Vai causar um choque de realidade desesperador na criança. Melhor deixar o inocente não sabendo de nada.

  23. Pingback: Ubuntu: inimigo nº 1 do software livre no Brasil | André Machado

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