Pragmatismo Open Source ameaça o Software Livre

É sério, tenho me sentido dentro de um episódio do fantástico Além da Imaginação, serie de TV dos anos 80 que colocava seus personagens em situações surreais. Num desses episódios um cara acorda e ninguém entende o que ele fala. As palavras estão trocadas, ou seja, tem significados diferentes. Na cena final, resignado, ele ouve o filhinho lhe ensinando que o ultimo dia da semana se chamava \”dinossauro\”. Tenho me sentido assim. Liberdade e coerência perderam completamente o significado. Entrei numa máquina do tempo ou perdi o bonde?

Em que momento Software Livre virou sinônimo de Open Source? Quando foi que GNU virou sinônimo de Linux? Quando foi que usar Facebook e Gmail passou a ser aceitável?

Como o significado mudou, o que eu escrevo não tem o efeito esperado. Os leitores reagem como se eu os estivesse ofendendo, acusando, diminuindo. Não dá para refutar a Lei da Gravidade nesta dimensão, é algo que se aplica a tudo e a todos. Não é uma ofensa pessoal lembrar as pessoas que ela existe e é imutável. Você tem todo o direito de se ofender, de berrar, de apontar minhas incoerências, me taxar de improdutivo, estrela, chato, feio e bobo. Mas adivinha? A Gravidade não vai deixar de existir por causa disso. Então vou repetir, de novo: Software Livre e Open Source Initiative não são a mesma coisa. Mas não tome a minha palavra apenas.

Na lista do PSL-BR, Bruno Souza, diretor da OSI, me deu uma explicação prolixa[1], dizendo que SL e OSI são de fato movimentos diferentes – obrigado Bruno –  mas que lutam pela mesma coisa: liberdade do código para proteger o usuário. Segundo a explicação o que diferencia o movimentos da iniciativa é a abordagem. A OSI teria um \”aproach\” mais pragmático, direcionado aos tomadores de decisão, empresários e pessoas que não entendem argumentos como liberdade e ética como vantagens competitivas em uma economia de mercado, então a OSI usa argumentos como qualidade de software, desempenho, custo e outros que soam mais atraentes para esse público. Segundo meu entendimento da lógica OSI a ideia é levar o código livre a maior quantidade possível de pessoas através do convencimento dos usuários e tomadores de decisão, inclusive sendo complacente com o uso de Software Proprietários e serviços privativos se isso for necessário. O objetivo é, no fim, popularizar o uso de softwares que tenham códigos disponíveis.

Enquanto isso no SL a preocupação é com os princípios éticos, ideológicos, sociais e políticos do uso de Software Livre e por conseguinte, dos malefícios do uso de Softwares Proprietários e serviços privativos. A abordagem é focada nos benefícios sociais, no combate às mazelas políticas e de controle impostas pelo código fechado. O \”aproach\” é mais na linha do \”por um Mundo melhor\”, algo meio hippie, meio ecologista, algo mais lúdico. Alguns, inclusive, definem essa abordagem de utópica. Como o próprio Stallman diz que o Software Livre é \”um movimento social e político pela liberdade dos usuários de programas\”[2]. Não se trata de fazer o programa ser mais vendável ou aceitável, é sobre convencimento ético e filosófico através do entendimento dos benefícios do uso de Softwares Livres. Dureza! Mas é isso.

Então temos duas formas de propagar uma ideia. Uma focada nos benefícios éticos e o outro nos benefícios comerciais. Eu não vou fazer juízo de valor. Resumindo é isso.

Compreendidas as diferenças elementares agora cabe avaliar a evolução do movimento e da iniciativa e ver como estamos hoje. Esta é a minha visão e pode não ser fidedigna e, talvez, nem mesmo realista. No decorrer da última década a abordagem da OSI foi extremamente bem sucedida, pois o convencimento pelos argumentos OSI massificaram o uso de softwares com código aberto para pessoas que nem sabem o que é isso. O Android é um excelente exemplo disso, por exemplo. Entretanto o companheiro de luta, o SL vem falhando fragorosamente. Trata-se de uma  relação inversamente proporcional: quanto mais usuários de softwares de códigos abertos, menos usuários nas fileiras do Software Livre. Porque será?

Permitam-me ir um pouco mais fundo na análise. Quando o movimento SL nasceu no Brasil, ele era eminentemente SL. Foi a convicção ética, social e política de que o Software Livre era bom para a sociedade que motivou a maioria dos ativistas. Foi baseado nessas premissas que se fundou o CIPSGA, o Projeto Software Livre Brasil , a ASL, o FISL e tantos outros exemplos. A prova disso são as infindáveis palestras sobre como ganhar dinheiro com Software Livre em quase todos os eventos. Fomos uma legião de ativistas que eram constantemente chamados de radicais pelas empresas de Software Proprietário e seus aliados. Essa foi a tônica até que o Google mudou a forma de lidar com o Software. A licença GPL define lealmente o que é Software Livre e ficava fácil distinguir. Com os serviços em nuvem a faixa cinza do que era ou não aceitável ficou muito maior. Era possível usar os serviços do Google, como Gmail, sem desrespeitar a GPL nem nenhum princípio explícito da FSF. Esse argumento foi usado massivamente por praticamente todos os ativistas.A GPL3 não emplacou.

Me lembro bem do primeiro FISL em que o Google apareceu nos crachás do evento. Minha primeira reação foi pedir uma caneta Pilot e riscar o nome dela. Lembro das caras de indignação de todos, afinal o Google era uma empresa \”amiga\” que estimula e contribui com o Software Livre e a prova estava ali, no patrocínio do FISL. Gastei muitas horas tentando explicar às pessoas o porque elas estavam erradas e como o Google se aproveitou das brechas da GPL2 e usando todos os argumentos comerciais tinha convencido a todos. Foi muito triste. Mas, vejam vocês: três anos depois eu mesmo me convenci de que não havia problema e criei minha conta no Gmail. E vivi feliz na \”Matrix\” por dois anos. Foram os argumentos de popularização, de massificação, de otimização e toda essa terminologia mercantilista associada à verdadeira funcionalidade de suas ferramentas que tinham me convencido. Porque não fui cativado pelo Windows, mas sim pelo Google? Agora éramos uma legião de ativistas de Software Livre que tínhamos sucumbido ao argumento OSI de atingir as massas através do pragmatismo mercantilista, enfurnados como felizes usuários de uma ferramenta proprietária e todos seus encantos.

O salto das ferramentas do Google para o Facebook, Skype, OS X, iPhones e outras é mais da mesma explicação acima. Trata-se da evolução lenta e gradual da complacência dos argumentos do \”aproach\” OSI de militância que permitiu atingir milhares de pessoas, mas usando as ferramentas e meios complacentes que o SL não aceita: uso do Facebook, catalisando as relações com a Apple que usa BSD, justificando a inserção de códigos proprietários no Kernel Linux, achando que a inserção de spyware no Ubuntu é algo irrelevante, e muito mais. E com esses resultados palpáveis para mostrar que sua forma de atingir o mesmo objetivo do Software Livre era certa, grupos de usuários inteiros, eventos inteiros e muitos radicais foram convencidos a também serem complacentes. Assim, de complacência em complacência, os ativistas que outrora se posicionavam pela forma SL de atingir o objetivo, migraram para a forma OSI de atingir o objetivo.

Essa migração natural é fruto da complacência pragmática do OSI. Fui vítima dela. Como disse num artigo anterior, é difícil trocar os confortos da Matrix pelo creme sintético à bordo da Nabucodonosor. As tentações são muitas, sejam comerciais, de alcance efetivo da militância. Quem pode desprezar o argumento de que de atingem, literalmente, milhões de pessoas usando o Facebook? Quem pode desprezar as pressões sociais de nosso modelo econômico lhe empurrando todo santo dia para o consumismo e portanto para o \”ganhar dinheiro\” é mais importante? Quem pode suportar todos os inconvenientes de não estar \”na moda\”, \”na onda\”, \”com o melhor design\”? Quem consegue suportara tudo isso mesmo vendo que seus companheiros de ativismo também estão nessa onda? Quase impossível. Sem nenhum medo de errar, só posso citar o Stallman. E é exatamente por isso que ele foi transformado em um \”mal necessário\”. Percebam a inversão da situação. Um dia o argumento era de que a convivência com o Software Proprietário seria \”um mal necessário\” para poder atingir nosso objetivo. Hoje, em quase todas as mensagens mais elaboradas vejo algo do tipo \”os radicais são necessários\”. O Stallman pela sua inabilidade natural de relacionamento interpessoal, tem sido agredido de todas as formas possíveis, exatamente porque ele não se deixa levar pela complacência.

Juntam-se então a fome com a vontade de comer: o pragmatismo técnico mercadológico dos argumentos OSI cai como uma luva na insaciável busca das corporações e governos de eliminar custos e aumentar produtividade sem nenhum questionamento ideológico. Empresas modernas e antenadas percebem a oportunidade e faturam, se apropriando da inteligência coletiva, do esforço de milhares para criar seus monopólios, suas redes sociais, seus dispositivos interconectados, sempre com o mesmo objetivo: ganhar para eles. Aos \”bobinhos\” do Software Livre organizam gincanas como o Google Summer of Code. Arregimentam os melhores do mercado do código aberto, agora para trabalhar internamente em suas super estruturas. Não é mera coincidência, no Brasil, que esses melhores eram também os líderes de diversas comunidades, grupos e eventos de Software Livre. É assim que o GNU se transforma em Linux. É o argumento OSI quem elimina o GNU.

Então, se SL e OSI são aliados para alcançar o mesmo objetivo, é chegada a hora de fortalecer os argumentos Software Livre e ver se podemos nos beneficiar dessa massa de usuários para trazer a tona os aspectos éticos e filosóficos. Esse sempre foi o papel do FISL, por exemplo, trazer todos para um centro de convivência onde se buscava a demonstração clara de que se pode transformar o mundo não apenas usando programas de código aberto, mas entendendo os princípios éticos e o alcance transformador de sua ideologia.

Quando preconizei a morte do Movimento Software Livre, me referi à busca pelo convencimento através de argumentos baseados na ética, na ideologia, no movimento transformador social e político. Se o crescimento da massa de complacentes continuar nesse ritmo, muito em breve não haverá mais efeito transformador algum, pois as ferramentas em nuvem que não desrespeitam as liberdades do usuário serão absolutas e dentro delas estará um seleto grupo de produtores de Softwares abertos que não tem a menor percepção da importância de seu código ser aberto. O movimento Software Livre e seus argumentos serão suplantados pelo pragmatismo mercadológico.

Acredito que agora ficou fácil de perceber que é exatamente esse pragmatismo e complacência que o OSI implementa o maior responsável pela redução do entendimento ético e ideológico do Software Livre. Portanto eu acredito que está na hora de fazer uma desassociação do OSI. Em minha opinião o objeto final do método OSI pode até ser o mesmo que o do Software Livre, mas estou convencido de que seus meios terminarão por extingui-lo. Nós, os defensores do Software Livre, se não sairmos das redes sociais devassas, se não deixarmos de usar Ubuntu, se não tornarmos inaceitável o uso de Gmail, Skype, iPhone, se não migrarmos para redes sociais livres e federadas, se nos não formos capazes de gerar um antagonismo a tudo isso como fizemos com o uso do Windows, seremos extintos.

Não serei hipócrita, pois nunca fui. Incongruências e incoerências todos temos. O problema é que esse pragmatismo OSI, que leva à complacência, que confunde, tem se tornado o padrão do movimento. A relação de incoerência é de 95% incoerente para 5% coerente. Temos que fazer algo para trazer essa relação para patamares mais próximos de nossos interesses como Movimento Software Livre. Há alguns anos poucos se arriscariam a fazer uma palestra usando Windows ou Mac. Hoje é quase maioria. Há alguma coisa fora da ordem.

Por isso, para que não haja nenhuma dúvida: muito menos OSI para que possa haver muito mais Software Livre.

Saudações Livres

Links

1 – http://listas.softwarelivre.org/pipermail/psl-brasil/2014-May/002006.html
2 – https://www.youtube.com/watch?v=MKDn9quw5sc

33 comentários em “Pragmatismo Open Source ameaça o Software Livre”

  1. Anahuac,

    Vou tentar comentar algo que tenho sentido ao ler seus textos há algum tempo (desde o “O movimento do SL morreu?”, passando pela palestra do FISL e outros textos, até este).

    Antes, vou dizer minha situação. Apesar de sempre ter tido interesse e me mostrar favorável a Software Livre e Open Source, nunca me envolvi muito e até recentemente não sabia a diferença entre ambos. De alguns meses para cá tenho tentado me envolver em projetos de comunidades de SL, tenho olhado com mais atenção às atitudes e propostas dos produtos que uso e tenho tentado caminhar na direção do SL. Já abandonei o Facebook, estou migrando meus e-mails do Gmail para meus próprios domínios e servidores, tentando usar uma distribuição que seja mais benéfica para a comunidade, entre outras coisas. Ainda falta muito, mas aos poucos chegarei lá.

    Como uma pessoa ainda complacente, mas tentando mudar, tenho tentado ler mais sobre o assunto e entender porque deveria fazer escolhas melhores. Seus textos são algumas dessas fontes, mas é sempre difícil conseguir tirar deles alguma informação que ajude a entender a importância das minhas escolhas e o porquê de o SL ser tão importante. Digo isso porque seus textos são tomados por arrogância e ofensividade. Por causa disso, as pessoas (eu incluso) acabam parando de tentar entender o que você quer dizer e passar a procurar alguma incorerência sua para apontar o dedo de volta e jogar na sua cara que você deveria se sentir tão mal ou “idioata” quanto nós somos. Para ter o “direito” de ser arrogante, muita gente deve achar que, no mínimo, você deve ser exemplo ou também estará “gritando por liberdade preso à jaula de ouro”.

    O que gostei no texto de hoje e no de outro dia, sobre o Diaspora, é que você conseguiu evitar a arrogância e a ofensividade, usando um tom menos provocativo e mais cordial, apresentando argumentos — e isso faz toda a diferença. Sei que parece ser só uma estratégia de marketing e não o fundamental (o benefício do SL para todos), mas não é difícil achar exemplos de pessoas que mudaram seu tom e tentaram se mostrar mais simpáticas para apresentar suas ideias e deixar que as pessoas se aproximassem dela — não é preciso ir longe, veja os nossos últimos presidentes :). Quando você aparece apontando o dedo na cara das pessoas e as chamando de idiotas, as pessoas não te verão como um exemplo a ser seguido e não sentirão afinidade por sua causa, afinal, se você não se mostra uma “pessoa melhor”, ou ao menos alguém agradável, como suas ideias podem representar algo bom para o mundo?

    Eu ainda tenho muitas incoerência e muitas coisas para mudar, mas ao mesmo tempo tento conscientizar outras pessoas sobre o SL. Minha namorada, por exemplo, assistiu sua palestra e ficou revoltada com suas ideias e sua abordagem. Conversando com ela posteriormente, porém, tentei explicar as coisas de outra forma. Falei que entendo que as pessoas usem determinado software porque acham que ele é superior de alguma forma. Mas mesmo que isso nem seja verdade, não é difícil achar outros exemplos na nossa vida em que abdicamos de um pouco de “superioridade”, seja no preço ou na qualidade, para adotarmos algo que é melhor para todo. Pode ser escolher um smartphone que não utiliza trabalho de crianças ou pessoas em condições subhumanas, comprar um móvel de uma empresa que faz reflorestamento, usar papel reciclado e por aí vai… O que tento mostrar é que nossas ações têm a força de mostrar para outras pessoas, empresas e organizações que podemos pagar mais ou termos algo “não tão bom” se o que elas produzem tiver benefício maior para todos. E o SL é um desses grandes benefícios.

    E se a OSI parece trazer mais confusão ou complacência do que benefícios, acho que isso poderia ser usado como vantagem e não desvantagem. Mudar um pouco o discurso para mostrar para as pessoas do Open Source que elas podem ir além da abertura do código e ter mais benefícios, mais amplos e benéficos para todos, ou talvez alguns mais específicos e tangíveis a curto prazo. Certamente “fazer o melhor, porque é o melhor para todos”, é o ideal, mas nem todo mundo consegue ver que SL é o melhor e, ainda que muito vejam, não é fácil fazer o melhor sempre. Então, não tente tirar ou afastar as pessoas que estejam indo em direção ao bem, tente atraí-las. Para isso, use o seu melhor lado, não o pior. Não deixe sua revolta dar o tom, mas sim o seu propósito de fazer as coisas da melhor forma.

    1. Olá Bruno,

      Obrigado pelo seu comentário. Agradeço pelo tempo investido para me pedir uma abordagem mais amena e comportada.
      Tens razão quando dizes que eu não deveria ter chamado a todos de idiotas na palestra do FISL. Percebi o excesso imediatamente depois de falar, mas já era tarde. Tentei remediar no fim da apresentação, mas ai já era tarde demais.

      Mas convenhamos, que apesar do deslise, todo o conteúdo foi transmitido de forma serena e educada. No FISL do ano passado também adotei um tom sereno.

      Nos demais artigos devo continuar alternando o tom. Ele não é sem proposito.

      Saudações Livres!

  2. Bruno e Anahuac;
    Este debate terá frutos positivos, não tenham dúvidas. Entretanto, é importante observar que é só os usuários que precisam ser conscientizados, as corporações, e seus tomadores de decisão também. As corporações, através de contratos com Empresas de Telefonia, dão smartphone com Android para seus Empregados mas eles são proibidos de instalar Cyanogenmod+F-droid (loja de aplicativos Android que só distribui software com licença livre) no aparelho. Desta forma, mesmo que a Empresa seja preocupada com a segurança de seus ativos de informação, tudo acaba na mão do Google!
    Este é apenas um exemplo, que é a regra geral.

  3. antihipocrita

    Se o MSL está falhando é por tais atitudes do tipo: “mimimi sou mais livre que você”. Enquanto vocês não abraçarem a causa da mesma forma que a OSI abraçou, serão menos de 1% dos usuários de computador. E eu não digo que pra isso deve usar software proprietário, mas o primeiro passo é tolerar quem usa.
    Me responda se for capaz: Vc acha que as pessoas que eu conheço que trabalham com edição de vídeo devem perder seus empregos pra usar software livre?
    O segundo passo é colaborar com softwares livres que por mais que tenham opiniões diferentes da sua, SÃO LIVRES. E se não gosta do Ubuntu, colabore com o Debian pra suas novidades irem pro Ubuntu. Se não gosta do FreeBSD, colabore com o GNU/kFreeBSD ou crie um script para a remoção de blobs do kernel do FreeBSD e lance uma distro com kernel limpo. Ficar brigando é só pra otários, que existem meios para nos ajudarmos, existem. Basta parar pra pensar.

    1. Há casos especiais, como esse de edição profissional de vídeo, mas são uma pequena minoria. (Por acaso, sou do tipo que recusaria emprego se isso depender de ter software proprietário em minhas máquinas — a não ser que estivesse muito necessitado. Mas não acho justo exigir que todos ajam assim.)

      Agora, diferentemente de há vários anos atrás, hoje não há impedimentos reais ao uso de sistemas operacionais livres e software livre para as tarefas que qualquer pessoa faz normalmente no dia-a-dia.

      É por isso que é estranho a tolerância a software proprietário ter aumentado, e não diminuído, no meio do SL.

      Vejo uma diferença entre as antigas críticas sobre o Kurumin e as atuais defesas ferrenhas da Canonical e seu spyware.

      Enquanto o Kurumin ajudava iniciantes a usar software livre, pela inclusão de apetrechos proprietários, isso poderia ser defendido com o argumento de que é um passo intermediário para a liberdade. Por outro lado, o sypware que Canonical e Amazon colocaram no Ubuntu é um passo para trás, para uma direção irresponsável e de irresponsabilização. É um retrocesso e um mau exemplo, especialmente hoje em dia, quando a luta pela privacidade precisa de bons exemplos e conscientização.

      Não faz sentido abslutamente nenhum defender o spyware que colocaram no Ubuntu. Chegam ao cúmulo de argumentar que não é um spyware apenas porque não é um spyware típico — mas fogem da questão de que realmente é invasão de privacidade e abuso da condição dos usuários menos informados. (Hoje em dia temos o eufemismo “trabalho análogo a escravidão”, que pelo menos pode ajudar a defender os escravizados contra a alegação de que não estão sob escravidão “típica”.)

      ==

      Não sei é se o Anahuac está acertando de fazer pontaria contra a OSI. Há pessoas decentes no meio Open Source.

      Talvez fosse interessante abordar alvos mais específicos, como um breve dossiê sobre Facebook (p.ex. partindo de stallman.org/facebook.html e stallman.org/facebook2.html ), ou um dossiê sobre a falácia da “computação em nuvem” (e sua propagação em eventos de SL), ou um dossiê sobre Google, Apple, etc.

      Acho que muitos dos problemas no meio de SL hoje são de desinformação, mesmo. Tem entusiasta das liberdades digitais usando Google Docs (que de certo modo equivale a usar software proprietário com spyware e backdoor, pois controla dados e processamento), organizando e promovendo modelos de negócios (serviços) “em nuvem” sobre SL, etc. Nem sempre essas pessoas têm consciência de que estão destruindo as liberdades que fundamentam o software livre.

      1. Hudson,

        Eu acho que há uma diferença nesse exemplo da edição de vídeo. Se você trabalha para uma empresa, quem está usando o software proprietário é a empresa, ela é que é dona dos meios de produção. Como ativista, é possível que você consiga convencer uma empresa a usar SL, mas a decisão caberá a ela. É diferente de você usar no seu computador pessoal. O computador que você usa não empresa não é seu. É claro que é muito melhor trabalhar em um lugar que se alinhe mais com o que você acredita, mas se isso não for possível fazer o quê?

        1. O argumento do antihipocrita não é sobre funcionários de empresas de vídeo que usam computadores da empresa. Talvez ele se refira aos donos dessas empresas, ou mais, provavelmente, a editores de vídeo autônomos. Ou seja, refere-se a pessoas que instalam e usam software proprietário em seus próprios computadores.

          Aqui está um caso recente de alguém que, por ter sido pego de surpresa na situação, acabou aceitando usar software proprietário em computadores alheios:

          http://www.vialibre.org.ar/2014/05/22/richard-stallman-sobre-el-uso-de-software-privativo-en-el-estado-argentino/

          1. Hudson,

            Eu entendi assim. Pois não faz sentido você “perder o emprego” se você é autônomo. O cliente não se interessa pelo meio de produção e sim pelo produto final.

            Outra coisa, fica um apelo para o “antihipocrita”. Eu acho que comentários e textos apócrifos não merecem nenhuma credibilidade.

        2. Algumas sugestões:

          1) Busca empresas cujo valores tenham maior aderência com os seus. Há muitas empresas que usam SL em tudo que podem, principalmente no Sul e Sudeste do Brasil.

          2) Fazer concurso público. Hoje em dia o Governo Federal vem priorizando(ou pelo menos tentando) o Software Livre. E têm muitos corruptos e poucos idealistas nos nossos órgãos públicos.

          3) Abrir seu próprio negócio. Afinal por que se matar de trabalhar para enriquecer pessoas cujo os valores éticos são totalmente diferentes dos seus!?

          4) Usar Software e Serviços Livres sempre que possível. Em tudo que você puder e em tudo que você também não puder;)

          5) Quando for contratar um serviço dê prioridade a provedores de serviços que usam tecnologias livres e padrões abertos. Provedores que respeitem você e seus direitos. E quando for comprar uma mesa nova para o seu computador compre uma feita com madeira certificada, selo verde etc. e tal.;)

          Eu sei que todos nós temos contas para pagar, filhos para sustentar e etc. Mas não vale a pena abrir mão de seus valores em troca de um salário maior ou menos horas de trabalho semanais. E vale menos ainda em troca de certas comodidades que você pode perfeitamente viver sem!

          Sucesso!

          1. Arnaldo,

            Sou servidor público, trabalho na UFRJ e posso te dizer que pode ser mais difícil inserir software livre do que em um local privado. Tem pessoas que defendem interesses bem particulares e literalmente cagam para normas federais. E uma luta extremamente estressante lá. Pode ser bem complicado. Tem gente que trabalha a 30 anos com ecossistema Windows e não quer aprender nada novo, é muito difícil lidar com essas pessoas. E normalmente, pelo tempo e conhecimento na instituição, são essas pessoas que ocupam cargos de gerência. Mas nem assim baixamos a bola, é uma batalha imensa da galera do SL no local onde eu trabalho.

          2. antihipocrita

            Ao Rafael Raposo. Acho que eu tenho o direito a privacidade e nao querer expor meu nome nem o nome de pessoas que eu conheco que servem de exemplo.

          3. Então, finalmente concordamos em algo. Eu acho que você tem sim todo o direito a privacidade.

  4. Anahuac, ao mesmo tempo que admiro a defesa ativa que você faz de seus valores, me incomoda (no pior sentido, de parar de ler o seu texto, de buscar defeito no que você diz, etc, etc…) a sua postura como defensor de uma única verdade.

    As pessoas veem e entendem o mundo de modos diferentes. O discurso de SL fará sentido para alguns, mas não para outros (que preferiram OSI, ou Microsoft, ou o diabo-que-o-carregue). E não é uma questão de burrice ou ignorância, são entendimentos de mundo distintos.

    De todo modo, apesar de discordar de você em muito e achá-lo mais um desagregador de uma causa (do que um agregador), o muito precisa de idealistas.

  5. É ingenuidade ficar atacando sites como Facebook ou Gmail. Quando a pessoa cria um blog feito em php, nós, que o acessamos, como podemos saber se ali não há nada inserido maliciosamente?

    O fato de ser um defensor do software livre pode garantir alguma coisa, mas é apenas a palavra da pessoa.

    O php e o servidor web podem ter sido compilados com código fonte modificado. E quem faz isso não costuma assumir que fez. Software livre para quem compila, mas sem liberdade alguma para quem acessa o site.

    1. Há uma diferença entre saber que alguém age mal e suspeitar que alguém possa estar agindo mal.

      E há uma enorme diferença entre empresas que têm centros de dados gigantescos que armazenam e analisam informações coletadas de todos os lugares e empresas muito menores que, embora possam causar mal, não têm o alcance das primeiras.

      Quanto aos sítos visitados normalmente por aí, recomendo que se configure o navegador para impedir conexões com terceiros. Isso pode ser feito com a extensão REQUESTPOLICY nos navegadores da Mozilla.

      Concluindo, não é porque provavelmente existem agentes maliciosos desconhecidos que não devamos nos precaver contra aqueles agentes que sabemos, com certeza, serem maliciosos.

      1. O que importa é que o código fonte não temos acesso. Se você instala no seu micro, pode ser considerado software livre, mas se você acessa algo que está instalado em um servidor (que obviamente você não administra) não é software livre.

        O que não pode ser auditado não pode ser considerado software livre.

    2. Caro Genilson, você está confundindo as coisas… Não que sua forma de pensar esteja errada, ela está corretíssima. Você têm mais que cuidar da sua segurança pessoal mesmo, e ter uma visão cética do mundo!
      Isso é ter bom senso!

      Entretanto você precisa entender que a grande vantagem do SL não é ser mais seguro. Também não é o fato de que qualquer um (mas é qualquer um mesmo) pode auditar o código.

      A grande vantagem do SL são os valores éticos que norteiam esse movimento.

      Os resultados do movimento de Software Livre não devem ser medidos simplesmente pelo desempenho ou segurança dos programas. A questão é muito complexa… Para medir os resultados alcançados deve-se pensar de uma forma mais intangível.

      Têm mais haver com inclusão tecnológica, com responsabilidade social, do que com qualquer outra coisa.

      A grande ideia por trás do movimento SL é muito antiga. É a ideia de que o “Conhecimento” deve ser construído e compartilhado por toda a humanidade de uma forma comunitária.

      Simples, não é mesmo!?

      1. O problema é que suspeitas não podem ser usadas como prova. Se for suspeitar, há um leque muito grande de páginas na web. Não se resumem aos grandes sites.

        Mas prova que é bom não há. Não existe código fonte disponível, e o que há pode ser diferente do que estamos acessando. Php é oculto, por exemplo. E o código fonte dos binários compilados é o mesmo que consta nos sites?

        1. Você acha que as denuncias feitas Edward Snowden são verdadeiras ou falsas? E os documentos apresentados por ele são verdadeiros ou falsos?

          Você acha que histórias como essa são verdadeiras?

          Será mesmo que não há provas!?

          1. Hudson Lacerda

            As provas são as declarações e termos de uso das empresas. Muita coisa dita pelo Snowden não era novidade para quem acompanhava certas fontes de informações.

            Mas o mais importante, na crítica a Google, Facebook etc. é levar em conta o tamanho: capacidade de coleta, armazenamento e processamento de dados. Se uma empresa pequena abusa de seus usuários, isso é ruim para aqueles usuários, mas os danos não têm o alcance do abuso de dados por Google ou Amazon.

  6. Tiago Menezes

    Grande Cabra da Peste !!!

    Muito bom o texto … radical como tu és, mas esclarecedor no que tange a fina camada que separa quem apóia o movimento de software livre e o código aberto.
    É a mesma briga desde o começo, na minha opinião, do Linus e do Stallman.
    Um é um técnico que está preocupado com a qualidade e liberdade do código. O outro é um técnico mais preocupado com a filosofia da liberdade …
    Em ambos casos, temos grandes beneficios, até hoje. Os radicalismo do “Saint GNU” sempre foram folclóricos e pouco produtivos, no que tange qualidade de software versus tempo de entrega. O modelo adotado pelo Linus tende a ser mais produtivo, mas ultimamente parece estar sendo forçado a aceitar mais a pressão do mercado.
    Voltando ao texto, acho que demonstraste o que está acontecendo por aqui, no Brasil. Essa inversão … não que ela seja de todo o mal, mas que a cultura de Software Livre perde com isto sim.

    Beneficios com o código aberto sim … Liberade para compartilhar sempre.

    Um “quebra costela” daqui do Sul.
    E vida prospéra !

    Tiago “Sasquatch” Menezes.

  7. “Dinossauro” era como as pessoas chamavam “almoço” no episódio. Na última cena do episódio o cara olhava um livro de gravuras do filho, onde tinha o desenho de um cachorro escrito embaixo “quarta-feira” (wednesday).

  8. Caro Anahuac!

    Depois de ler atentamente a essa epopeia épica em que se tornou toda essa discussão, passando pelo que chamo de um pouco acalorada afirmação do FISL durante o debate proposto pelo Alexandre (Oliva), gostaria de colocar meu ponto de vista – que naturalmente pode e deve ser questionado – a respeito do “movimento”.

    Contextualizando, na primeira vez que vi o Stallman falar sofre o software livre (SL), me apaixonei. Depois fiquei um pouco desiludido, pensando que ele estava exagerando um pouco em alguns aspectos. Anos mais tarde, percebi seu ponto de vista e voltei a concordar com sua “visão”. Esse tempo desde meu primeiro contato, até a formação da minha atual “visão” sobre o SL, chamo de amadurecimento, ou mais de 15 anos de amadurecimento, dúvidas e certezas.

    Nesses 15 anos, penso que o mundo simplesmente mudou… quando estava na faculdade, diziam que quem “detinha a informação detinha o poder” e eu mesmo fui treinado para proteger meu código fonte, o espécime único do meu empenho e trabalho, sob qualquer custo! A primeira vez que eu “liberei” meu código, doeu como felpa de madeira enfiada debaixo das unhas! A esse sentimento dá-se o nome de apego e como seres humanos, infelizmente nos apegamos facilmente às coisas. Na segunda vez, a dor foi menor… mas tive que passar pelo processo de dizer… “não é meu”, pode ser de todos.

    Particularmente tenho participado de processos de tradução, especialmente de softwares que utilizo constantemente e sempre há quem pergunte “e não te pagam nada por isso?” e tenho que dar grandes explicações filosóficas e formular teorias de liberdade que assustam àqueles que são apegados! Novamente menciono o sentimento “apego”.

    Durante esses anos, também migramos da “era da informação” para a “era da comunicação”. Ponto. Eu deveria parar por aqui. Mas, caro Anahuac, não dá. O que aconteceu nesse tempo é que os píás de 5 aninhos completaram 20 e se tornaram “consumidores de tecnologia”. Cresci no mundo vendo a internet se criar. Eles já tem ela pronta! Não posso ser generalista, então há aqueles que assim como os poucos, mas bravos defensores da liberdade, se engajaram no “movimento”, mas – corro o risco agora – grande parte simplesmente preferiu aceitar o “era da comunicação” utilizando o que quer que fosse, desde que isso os conectasse a seus interesses pessoais (a era do EGO, do eu, da imagem). Coloco aqui o problema da liberdade quando há a necessidade de se comunicar e cito meu caso pessoal: minha esposa precisa se comunicar com certas pessoas que só possuem “feice”. Ela criou um “feice”. Eu não tenho. Ela tentou “casar” (alterar o estatus do perfil para casada) comigo pelo “feice” e não conseguiu, pois o “feice” não me conhece e logo ela não pode fazer isso. E assim criamos a “era da exclusão social”.

    Nós que paralelamente lutamos em algum momento pela “Inclusão Digital” – e as ferramentas de software livre ocuparam papel importante em “ciber espaços” públicos – acabamos por ser socialmente excluídos da “NOVA era da comunicação”. Eu particularmente “perdi amigos”! Essas mesmas pessoas não me escrevem mais e-mails e perdi a vontade de me comunicar com elas e fui procurar novos amigos.

    Nesse mesmo contexto a Amazon, que vendia livros que poderiam ser depois emprestados, doados, ou compartilhados passou a vender “bit”livros, que não são mais seus – dentro de seus Kindle´s – e perdemos a liberdade de “emprestar”, ainda que muitos livros nunca mais nos fossem devolvidos! Eu não tenho um Kindle e gosto do cheiro de livro de verdade.

    Voltando aos jovens, que nasceram dentro da “matrix da comunicação” (a internet é só um meio), a maioria – corro novamente o risco da generalização – não sabe onde está e necessita de um “Morpheus” para lhe dar a pílula da liberação.

    Mas, caro Anahuac, só podemos mostrar-lhes as portas! Atravessá-las já não depende mais de nós.

    Entendo que, para que o “movimento” continue, devemos simplesmente nos engajarmos na nossa atitude de “Morpheus”, mostrando a liberdade e os benefícios da liberdade e esse, meu amigo, é um trabalho de formiguinha que deve ser realizado com cautela, segurança e – principalmente – perseverança e bom senso.

    O mundo mudou e o “movimento” continua o mesmo? Não há uma resposta certa.

    Mas é necessário continuar. Ainda que de gota em gota, oceanos podem ser reenchidos e há esperança. Meu filho de seis anos, que recém está aprendendo a ler e escrever, utiliza Debian para suas pequenas necessidades e fica orgulhoso quando vê meu ambiente e diz que o dele é igual ao meu… orgulho do filho, orgulho do pai.

    Bom senso no caminho Anahuac. Desistir não é uma opção, mas acho que devemos escolher as melhores palavras para nos “incluirmos” novamente na era da comunicação.

  9. Caro Anahuac,

    Gostei deste teu artigo, pois dessa vez você teve uma aproximação mais amigável. Não que eu não concorde com as tuas idéias, eu também sou bastante radical neste ponto, e uso software livre sempre que tenho essa opção. Mas infelizmente nem sempre tenho.

    No meu trabalho por exemplo me vejo constantemente em situações que me obrigam a usar software proprietário e ainda assim não quero perder meu emprego por isso. Isso não significa que não luto diariamente para mudar essa situação e cada vez mais criar um ecossistema na empresa que permita aos funcionários usar o software que preferirem.

    Concordo que o software proprietário serve mais aos desenvolvedores do que aos usuários e que instalar software proprietário no próprio computador é colocar o controle nas mãos de terceiros. Também sou bastante intolerante com software proprietário, mas ao mesmo tempo sou mais do que tolerante com que o usa, porque acho que criar conflitos não vai servir pra libertar ninguém. Pelo contrário, eu estaria impondo barreiras e fechando cada vez mais a cabeça das pessoas ao meu redor para a importância do software livre.

    Por fim, admiro tua dedicação à divulgação e promoção do software livre, tal como é sua idéia original, sem descartar a filosofia que existe por trás, incontestavelmente importante. Não pense que é o único que quer ver mudanças. A forma de comunicar essas mudanças, no entanto, é que é a chave para conquistá-las.

  10. Parabéns Anahuac, finalmente um texto compreensível e em um tom aceitável (apesar de eu descordar do teu ponto de vista, sem (muitas) agressividades gratuitas como os outros textos.

    Elogios a parte, vamos aos questionamentos:

    1 – Por que classificas a explicação do Bruno como prolixa, se ela é tão extensa como teus textos?

    2 – Se nem a FSF condena o Open Source (http://www.gnu.org/philosophy/open-source-misses-the-point.pt-br.html), por que tu te esforça tanto para dizer que o Open Source é coisa do “capeta”?

    3 – “justificando a inserção de códigos proprietários no Kernel Linux” – Gostaria de saber que código proprietário foi inserido no Kernel Linux?

    4 – Tu representa a FSF? Pois o ponto de vista nos teus textos é bem diferente de qualquer pronunciamento que já vi da FSF (incluindo a mailing list deles) e até mesmo do Stallman, apesar de tu insistentemente citar a FSF.

    5 – Tens números para comprovar a decadência do Software Livre no Brasil? Pois estás prevendo essa decadência a alguns bons anos (http://www2.cultura.gov.br/site/2008/01/24/foss-nacional-tem-jeito/), mas nunca citas referências, somente opniões e histórias.

    Apesar de discordar bastante da tua pessoa, acho que pelo menos teus textos tem o mérito de levantar a discussão, apesar de faltarem referências factuais sobre as situações que declaras.

  11. Pingback: Open Source | Pearltrees

  12. Sobre código proprietário no kernel Linux:

    https://www.gnu.org/distros/free-system-distribution-guidelines.html#nonfree-firmware

    http://www.fsfla.org/ikiwiki/blogs/lxo/pub/celembrando-linux.pt.html

    http://www.fsfla.org/ikiwiki/anuncio/2010-03-Linux-2.6.33-libre.pt.html

    http://br-linux.org/wparchive/2010/debian-6-0-squeeze-sem-firmwares-nao-livres-no-kernel.php

    http://www.fsfla.org/ikiwiki/blogs/lxo/2013-11-08-linux-libre-interview-by-bruce-byfield.en.html

    Não esquecer também que a licença GNU GPL não permite a distribuição de código proprietário a ser ligado a software sob GNU GPL (não importa se é ligação estática ou dinâmica).

  13. Se fôssemos optar por somente SL teríamos que abrir mão da maioria das tecnologias e “coisas” que usamos no dia dia… começa pelos drivers, pela tecnologia em si. Não tem sentido querer ser 100% só SL, é dar murros em pontas de facas.

  14. Pingback: Software Inimigo do Estado | Eduardo F. Santos

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